Alfonso Herrera é um ator que soube estar na boca de todos ao longo de sua trajetória, pelo que lhe parecia difícil que um controverso roteiro como o do filme “La Dictadura Perfecta” – não chamasse a atenção do jovem intérprete, quem dá vida a um dos personagens mais suculentos nesta satírica história. O filme é dirigido por Luis Estrada, um cineasta que por si só já consegue gerar polêmica em cada um dos seus projetos, pois recordamos que tanto “La ley de Herodes” como “El Infierno“, são longa-metragens que deram muito o que falar no momento de sua estreia.
A premissa do seu novo filme gerou atenção pela semelhança com a realidade atual do México contemporâneo, posto que narra a história de um governador que vai se candidatar a presidente da república, mas ao se ver envolvido em um escândalo (qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência) decide aliar-se com a principal televisora para oferecer uma imagem limpa aos meios, além de montar um falso sequestro para se beneficiar dele e surgir como um herói diante da população. Sem dúvida se trata de um argumento que vai direto ao ponto e zomba diretamente do poder que os meios de comunicação têm no México e das pessoas que utilizam esses canais para aumentar sua populariedade.
Em conversa com El Oriente, Alfonso destacou o quão atrativo lhe pareceu a história quando o roteiro passou por suas mãos. “Quando li o roteiro pensei que esse material tinha possibilidades de ser um grande filme, já que estava muito bem feito. Foi principalmente isso e colaborar com todo o elenco o que me levou a querer ser parte deste projeto, além da oportunidade de trabalhar com Luis Estrada, que me parece um grande diretor do panorama mexicano atual.”
Seu personagem é visto por muitos como um dos mais interessantes do filme, já que interpreta o produtor que se encarrega de orquestrar toda a montagem que desata grande parte do roteiro “É um personagem chamado Carlos Rojo, um produtor de televisão que está tentando crescer neste mundo e para isso terá que se prestar ao jogo dos meios e fazer o que seja necessário para conseguir o reconhecimento. Me pareceu um personagem muito chamativo, o suficientemente carismático, mas também ambicioso, algo que o tornou muito atrativo de interpretar“, afirma o jovem ator que assegurou se sentir bastante cômodo nesse registro.
Como qualquer filme de Luis Estrada, “La Dictadura Perfecta” não se trata de um filme no qual o público encontrará simplesmente uma boa dose de entretenimento, mas também terá bastante material para refletir diante da crítica social de esta mordaz história. “O filme parte principalmente de uma premissa generosamente cômica; e digo generosamente cômica porque demonstra uma radiografia bastante atual do que aconteceu, o que está acontecendo e o que poderia acontecer em nosso país. Obviamente um dos propósitos é gerar questionamentos, para depois poder expressar abertamente estes questionamentos diante da sociedade“, assegura Herrera, quem compartilha a ideia de que o cinema é uma arte que transcende os terrenos do entretenimento para se adentrar nas esferas da reflexão.
Ainda assim, surpreende a quantidade de rostos conhecidos que atuam neste filme, o que torna formidável o fato de que vários atores de prestígio tenham se prestado a fazer parte deste filme que denuncia, em grande parte, o controle que exerce um dos principais canais televisivos sobre as massas. “Eu de verdade me senti como o ‘menino novo da classe’, porque vários atores já tinham trabalhado com Estrada anteriormente. Damián Alcázar trabalhou com ele em “El Infierno”, “La Ley de Herodes” e “Un Mundo Maravilloso”, além de outros projetos. Joaquin Cosio e Maria Rojo participaram em “El Infierno” e Salvador Sánchez já tinha trabalhado com ele em outros projetos. Me senti como o novo integrante do grupo, mas o recebimento e o companheirismo que existiu durante as filmagens me fizeram sentir muito agradecido“, reconhece Alfonso, quem junto com outros atores da obra, teve alguma relação com o canal que é atacado nesta produção.
Herrera assegura que “La Dictadura Perfecta” é uma recomendável experiência para o público, devido às doses de realidade e de humor que empapam o espírito zombador do filme. “Acredito que dentro do leque de possibilidades que o espectador tem ao ir ao cinema, essa é uma oportunidade muito boa para se divertir e refletir ao mesmo tempo, além de que nada melhor do que fazer isso neste momento. Hoje cai como um anel no dedo pela quantidade de situações que têm ocorrido no nosso país“.
:: Créditos: ElOriente.net & RBDRebelde.com
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